Como ter um site / blog de sucesso. Dicas, truques e lições.

As 5 maiores lições que aprendi em 10 anos do Redcodestudio

As 5 Maiores Lições Que Aprendi Em 10 Anos Do Redcodestudio

Nesta publicação falo da minha experiência enquanto webmaster, programador, webmarketer, SEOer, “escritor” (não me considero um blogger, nem escritor na verdadeira acepção da palavra), gestor de fóruns, administrador de redes sociais e webdesigner ao longo dos 10 anos de vida do Redcodestudio e não só.

Revejo algumas das maiores lições (truques e dicas) que aprendi, por vezes a muito custo, ao longo desta viagem a bordo deste site pelos mares sempre novos e nunca navegados da Internet.

Nota prévia: devo confessar que o número de publicações ao longo de dez anos do Redcodestudio, é muito pouco expressivo. Sendo franco: ultimamente só foram publicados artigos relativos aos aniversários do projecto. Mesmo assim, juntando essa experiência – por diminuta que seja, neste caso – aos meus restantes projectos online aprendi bastante e, por isso, tenho muito para partilhar.

Quanto ao Redcodestudio, a minha aposta será a de publicar com mais frequência daqui por diante. Bem a propósito, muitos dos tópicos que abordo aqui poderão vir a ser desenvolvidos em publicações posteriores.

1. Como gerir um fórum de sucesso

Comecemos pelo início. E, no princípio, o Redcodestudio começou por ser um fórum. Os fóruns foram as primeiras plataformas comunitárias da Internet. As pessoas registam-se, trocam ideias, colocam perguntas, respondem as outras questões. Em suma, entreajudam-se. Foi assim no Fórum Redcodestudio.

Ter um fórum não é só escolher um assunto, comprar um domínio e instalar um software (os actuais Content Management System [CMS] são tão complexos actualmente que merecem mais serem considerados como software do que como “meros” scripts). É preciso mais. Muito mais.

O que é preciso para que um fórum tenha sucesso

Para um fórum ser bem sucedido é necessário:
– uma liderança com disponibilidade, presença e dedicação;
– uma equipa de moderadores que zelem pelo respeito das regras do fórum e da comunidade;
– que o assunto principal do fórum seja de interesse e que o nosso fórum ajude / resolva os problemas das pessoas que nele se inscrevam;
– promover o fórum e ser (ou ter alguém que seja) conhecedor do(s) tema(s) em discussão;
– dar-lhe vida: criando tópicos de interesse, cativando os membros a responder, a interagir entre si e nos diferentes tópicos; criando passatempos, jogos, inquéritos e novos focos de informação de qualidade e sabedoria;
– e, por fim, também é preciso ter a noção de que, com o advento das redes sociais, os fóruns estão a ser cada vez menos frequentados. (No entanto, se um fórum cumprir todos os requisitos acima listados e outros, se mesmo for bom, activo e interessante terá sempre membros participantes e movimento.)

Esta foi uma das mais difíceis lições que aprendi ao longo dos dez primeiros anos do Redcodestudio. Uma lição que resultou no encerramento do nosso fórum, mas que tinha de ser tomada.

2. Desenvolver um site próprio VS. usar um software como o WordPress

Pouco depois da abertura do fórum Redcodestudio (back in… 2005), foi inaugurado o nosso site. O primeiro software de blog que instalei nem foi o WordPress. Foi outro em regime temporário.

Eu sempre fui um pouco conservador em relação aos blogs e softwares automáticos de criação de sites. Se este era um site sobre Programação e Desenvolvimento Web, o site / blog teria de ser de desenvolvimento próprio. Como justificaríamos aos membros do nosso fórum que nem o nosso site (algo bem mais simples de programar do que um fórum) tínhamos sido nós a desenvolver?

Devo igualmente confessar: toda aquela ideia de ”criar” um site com dois cliques… tira todo o sentido à própria palavra criar.

Tudo isto me leva à segunda lição. O que funciona melhor: apostar no desenvolvimento próprio do nosso site ou optar por um CMS como o WordPress, Drupal ou Joomla?

Há inúmeros prós e contras entre escolher uma ou outra opção – e isto é um tema que irei abordar mais detalhadamente num futuro post – mas, por agora, basta dizer que optar por programar algo de raiz com tudo o que isso implica (planeamento, concepção, desenvolvimento, testes, correcção de erros, testes de novo, lançamento) e optar por um software fácil de instalar, criado por uma comunidade activa de programadores e testado por milhares de pessoas que contribuem para o seu sucesso todos os dias…

Se a pergunta fosse literalmente: “estou indeciso, desenvolvo o meu próprio site / blog ou instalo o WordPress; qual é melhor, mais fácil e rápido?”, a resposta seria, claramente, apostar num CMS como o WordPress. (Se a pergunta não for assim tão literal, a resposta poderá ser bem diferente.)

No nosso caso, acabámos por migrar o conteúdo do primeiro script (este sim era um pequeno script) de notícias para o WordPress. (Contudo, mais tarde, lancei um site totalmente desenvolvido por mim.)

A lição é a seguinte: se a roda já foi inventada, porquê perder tempo a “inventá-la” de novo? (Só se quisermos aprender tudo do início para mostrar o nosso trabalho como construtores de de rodas a alguém que nos pretenda contratar para a fábrica dele. Um desenvolvimento que serviria para compôr o nosso currículo.)

3. Como criar um site ou blog de sucesso

Para criar um site ou blog de sucesso são precisas duas coisas: conteúdo de qualidade indubitável e uma boa promoção.

Pensem comigo: para que serve um site novo se não é para acrescentar alguma coisa de útil à Internet? Fazer um site só porque sim, publicar conteúdo desactualizado e desinteressante e pronto? Não faz sentido.

Um site de sucesso tem de facilitar a vida a quem o visita, ajudando essa pessoa a resolver um problema ou respondendo a uma questão. Se alguém encontra o nosso site através do Google é porque anda a pesquisar por alguma coisa. É bom que o nosso site satisfaça aquilo que procura. Doutra forma, fecha o separador do browser e “adeus para sempre”. Caso goste, pode aproveitar a visita para ver o que mais temos de interessante, tornar-se um seguidor e, se for comprador, dar-nos uma ajuda a ganhar dinheiro na Internet.

Quando falo em conteúdo de qualidade, estou a falar de qualidade “à prova-de-bala”, algo fantástico, espectacular, que faça “água na boca” a quem se depara com o nosso post de tão suculenta a informação e o aspecto que ele tem.

Artigos bem estruturados e interessantes, listas com vários pontos (como a que estás a ler), muito texto informativo (as estatísticas mostram que quanto mais palavras um post tem mais partilhas gera), imagens que complementem e embelezem e um título apelativo. Escrever algo que leve as pessoas a partilhar e linkar naturalmente.

Depois há que promover o nosso conteúdo. Escrevê-lo sem informar ninguém da sua existência é o mesmo que não ter feito nada. Desde que o nosso artigo seja de um tema interessante e de qualidade, levar outras pessoas a lê-lo (e partilhá-lo e criar links para ele) torna-se mais fácil.

Imaginemos que o nosso blog é sobre bicicletas e acabámos de publicar um artigo que lista as dez melhores bicicletas de montanha de 2015. Devemos pesquisar por sites, blogs e fóruns da mesma área (bicicletas) ou relacionadas, como ciclismo, desporto, fitness, etc. Entrar em contacto, de forma personalizada, com o dono do site (convém saber mesmo como é o site dessa pessoa e mostrarmos o que contém e o que gostámos de ver) e sugerir a leitura do nosso artigo. Talvez sejamos surpreendidos com a inclusão do link num novo artigo que ele crie. Ou mesmo entrarmos para uma lista de recursos que esse site tenha. Quantos aos fóruns, podemos deixar o nosso link num tópico relevante mas numa resposta que se insira no contexto e que contribua para o melhoramento do próprio fórum (nada de SPAM aqui, até porque isso se voltaria contra nós).

Sim, inicialmente, também eu cai na armadilha de que é só “publicar e já está”. Isso só acontece nos filmes. Hoje, ou temos uma boa comunidade de seguidores nas redes sociais que visitam o nosso site frequentemente (e mesmo aí convém avisá-los), ou somos um site muito bem colocado nos resultados de pesquisas dos motores de pesquisa e que recebe muitas visitas diárias e que tudo o que publicamos é imediatamente lido por milhares de pessoas.

4. Redes Sociais

Vou confessar-vos uma coisa que, se calhar, até “choca” 😯 muita gente (e, se calhar, nem vos fará muito sentido)… Não tenho nada contra as redes sociais nem contra quem gosta delas, mas não sou fã delas. Melhor dizendo, não gosto mesmo de redes sociais. Reconheço o seu valor, agradeço muito a ajuda que têm dado aos meus sites, admiro a genialidade de quem as “inventou” (e aqui refiro-me a Mark Zuckerberg, o criador do Facebook e, no fundo, do início verdadeiro da era das redes sociais), sei bem como facilita a comunicação entre pessoas e familiares distantes, mas sinceramente… não gosto.

Custou-me separar os gostos pessoais do que deveria fazer profissionalmente. Ao criar páginas para os meus sites nas redes sociais, ao colocar botões sociais de partilha nos meus posts, consegui obter outra fonte de tráfego, chegar a mais pessoas e criar uma comunidade de seguidores. A minha relutância inicial só me fez perder tempo, visitas e dinheiro. Se tivesse começado mais cedo, teria aproveitado a melhor fase das redes sociais.

As redes sociais já tiveram melhores dias. No Facebook, o alcance das nossas publicações não chega nem sequer a 10% dos nossos seguidores. Torna-se frustante e desesperador estar a trabalhar para obter tão pouco retorno. Sim, senhor… agora, há mesmo razões para não gostar (pessoal e) profissionalmente.

5. SEO VS. SMO

Apesar (ainda) das potencialidades do tráfego proveniente das redes sociais e da sua brutal capacidade viral, um dono de site / blog nunca deve descurar a melhor e mais barata fonte de visitas: a dos motores de pesquisa.

Há sites marcadamente virados para as redes sociais que pouco ou nenhum SEO (Search Engine Optimization) fazem. Concentram-se totalmente no SMO (Social Media Optimization) e vivem dessa fonte de tráfego. O grande problema é que o SMO chega mesmo a ser uma forma de… arte. Saber publicar nas alturas certas, com a abordagem e linguagens certas e com os assuntos perfeitos para aquela audiência não é, definitivamente, para todos. (Acreditem, eu sei do que estou a falar. É mesmo difícil.)

Se um dado site alcançar sucesso assim, conseguirá milhares ou milhões de seguidores e visitas dessa forma. Doutra forma, vai encontrar muitas dificuldades em levar mais pessoas a conhecer o seu conteúdo.

Curiosamente, não é apenas de um bom SMO que muitos desses sites vivem. Às vezes, o seu sucesso depende muito da… sorte e das tendências. Conheço alguns sites e páginas de redes sociais com muito melhor conteúdo mas com muito menos seguidores do que concorrentes seus com pior conteúdo mas muito mais seguidores.

Não obstante, do meu ponto de vista, há que saber conciliar os dois pratos da balança. Apostar todas as fichas nas redes sociais é muito arriscado. No fundo, um site está a entregar o controlo da sua vida a terceiros. Ficando intrinsecamente dependente das suas versões nas redes sociais.

O que acontece se, de repente, o Facebook decidir mudar tudo? Exigir pagamentos por cada publicação que façamos na rede social? Que solução resta a uma empresa, marca ou site se, por acaso, vir a sua página suspensa ou banida do Twitter por motivos desconhecidos e sem oportunidade de se defender? É que esses dias não estão assim tão longe de acontecerem

Por estas e outras razões, um site nunca deve esquecer a melhor das fontes de tráfego: os motores de pesquisa. São grátis, eficazes e contribuem para aumentarmos o valor do nosso próprio site. (Estar a contribuir apenas para melhorar a nossa presença nas redes sociais é estar a melhorar algo que, na verdade, não nos pertence.)

Um webmaster deve pensar sempre no seu site como um produto onde deve concentrar todos os seus esforços. Publicar conteúdo com frequência, promovê-lo, angariar links de outros sites relevantes, fazer crescer uma audiência.

O nosso site é a nossa marca e deve ser respeitado como tal. As redes sociais são apenas uma das ferramentas para potenciarmos e levarmos o nosso produto e marca a outras pessoas e fronteiras.

Volto a sublinhar, as redes sociais são apenas uma das ferramentas, e não “A” ferramenta.

A nossa presença nos sites sociais é um complemento, um veículo adicional onde plantamos sementes para trazer novas visitas ao nosso site. As redes sociais são um meio, jamais um fim.

Estou satisfeito de me ter apercebido desta lição ainda a tempo. A ideia de estar a melhorar e a acrescentar valor aos sites de outros (as redes sociais) e a esquecer-me dos meus… é um erro fácil de fazermos. Mas ainda bem que há soluções. Apostar fortemente no SEO: pesquisar, investigar e escolher as palavras-chave mais valiosas (com relevância, uma boa quantidade de tráfego, nível de concorrência aceitável e boa comercialidade) e adicionar conteúdo que aborde essas palavras-chave é abrir caminho para mais visitas, movimento, vendas e dinheiro. É dirigirmos o nosso barco em direcção ao sucesso no mundo da Internet.

Conclusão

Estas foram algumas das – talvez as mais difíceis – lições que aprendi ao longo destes dez anos do Redcodestudio (e noutros sites).

Muitos mais ensinamentos tenho para partilhar aqui no Redcodestudio e, sem dúvida, muitos mais erros e lições vou aprender no futuro. O Ser Humano é um ser em constante evolução e aprendizagem. Ninguém nasce ensinado. Devemos procurar aprender algo novo todos os dias. Só assim avançamos, com a certeza porém, de que, no fundo, pouco ou nada sabemos. Mas o pouco que levarmos de cada dia fazer-nos-á melhores do que no dia anterior.

Espero que este artigo vos possa ter ajudado de alguma forma a não cometer os mesmos erros do que eu. Ou que, então, possa fazer-vos ver uma possível solução.

E vocês, que lições aprenderam da vossa experiência como donos de sites ou blogs? Que ensinamentos têm para partilhar com a nossa comunidade? Deixem os vossos comentários.Vou gostar de ler e de aprender um pouco também convosco.

Até à próxima,
Luís Correia
P.S.: No próximo post vou falar do novo rumo do Projecto Redcodestudio.